terça-feira, 13 de outubro de 2015

TERÇAS INVERTIDAS #6: LONGA ESTRADA

Me traga uma água gelada. Só pra me livrar do cheiro de noite passada. Da minha alma mal amada. Qualquer coisa que alivie o calor e o clima de Brasília, essa ilha política. Suspende a cerveja gelada. Até mesmo a pinga, a minha Paratudo, que gosto, mas comprei a preço de nada. Suspende a Libido, a satisfação dos meus hormônios. Suspende tudo! E me deixa com nada. Traz a conta, quero meter o pé na estrada. Com a mesma sola da noite passada, da madrugada rasgada. Me dê um bom livro e uma reclusão necessária. Tranque as portas. Se entregue aos poetas, mas avise a ela: "essa aqui não é pra você". Não é pra ninguém. Essa aqui é pra viver. Pra apagar a minha falta de lucidez. E tomar de novo os rumos da minha caminhada. Sem direção, sem um caminho e muito ingrata. Mas que, ainda assim, não falha e com muita facilidade me leva pra casa. Me deixa ir, sabendo que vou voltar. E, se não voltar, a gente se encontra, porque temos que continuar. Com alguns atrasos, alguns imprevistos e muito estrago. Mas seguimos: eu e minha caminhada. Que jornada fazemos, minha cara! Sempre lado a lado, olho no olho e cara a cara. Eu te observando, desde a sua nobreza até a sua incerteza. A nossa nobreza e as nossas incertezas. Ah, minha velha e nobre caminhada...


E pensar que dizem que tudo isso é a troco de nada. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário