Cadê
a ingenuidade das crianças?
Todas
aqui com a maldade no olhar,
É
isso que me faz perder a esperança.
Desse
jeito é foda de acreditar.
A
navalha corta a cada boca aberta,
A
vida cobrará de cada alma (que se acha) esperta.
O
futuro cobiçando desde cedo.
Criança
malandra, com ódio, sem medo.
Avança,
ameaça, xinga, se engana.
Bate,
cresce, se fode, apanha.
Sonhos
inexistentes, se almeja o pesadelo.
Se
amarra, acende, puxa e depois prende.
Bateu,
ficou, agora é só curtir,
Escola
é sem futuro, melhor ficar aqui.
Solta
aquele som, daqueles bem pesado,
Acende
essa porra, que o bagulho é pesado.
Se
joga nesse mundo,
Se
afunda, vagabundo.
Nasceu
com a cobiça, que agora te esquarteja.
O
teu brilho morreu, se fode nessa breja.
Cresceu
sem pai, sem mãe,
Esperança
de ninguém.
Não
tinha a quem orgulhar,
Mesmo
se buscasse o bem.
Mais
um que se fode no sistema carcerário,
Mais
um que se fode, vira a vida ao contrário.
Cai
na tentação que o mundo te oferece,
Não
luta, não resiste, está entregue.
Mais
um que vem aqui
Não
faz história e se incrimina.
Se
entrega ao sistema,
Cai
na carnificina.
Vacila
na tua história,
Só
foi mais uma carne
Cortando
na navalha,
Depois
de esquartejada.
Sem
ideologias,
Razão
ou compromissos.
Morreu
sem nem lutar,
Escravo
do vício.